Saturday, September 1, 2007

Portugal, Portugal

Estou de volta.

Tanta coisa se passou nestes meses. Já não tento pôr em ordem acontecimentos. O importante é o que retive de tudo isto. E já isso foi tanto...

Tenho inúmeras ideias na cabeça, não quero que se percam. Tenho uma energia enorme que quero canalizar em activismo, e uma confiança maior na crença de que as ideias construtivas podem passar a ser projectos concretizáveis. Tudo depende da motivação que temos.

Depois de conversar com o permacultor Joe Polaischer, um senhor de 60 anos que já viajou pelo mundo, particularmente pela África, em acções humanitárias, fiquei ainda com mais coragem. Bolas, aquele homem, com aquela idade, ainda cheio de energia, abriu um sorriso para dizer que se sentia feliz sempre que ouvia um jovem com esperança, uma esperança que não fosse vã, mas aliada à vontade de fazer, de actuar. Disse ter conhecido muitos jovens assim, mas que não se organizavam entre si. "Vocês precisam de se juntar para serem ouvidos, para poderem fazer alguma coisa", dizia.

A sério, se vêm com esta vontade de se mexerem, não se sentem em frente à TV. Aproveitem a energia que o SVE vos injectou...O mundo é gigante e não há mãos a medir para tanta coisa que se pode fazer.

Pistas?

- Água: daqui a 20 anos, qual o preço de um copo de água potável? Porque continuamos a utilizar água potável para a sanita?

- Agricultura Biológica:
1. ler SILENT SPRING de Rachel Carson, para uma aproximação aos inúmeros efeitos do uso de pesticidas.
2. Porque continuamos a importar laranjas espanholas cheias de pesticidas quando elas podem crescer em território nacional, natural e biologicamente?
3. Porque pagamos aos agricultores para destruírem os seus produtos (supostamente em excesso) para financiar outros que tentam produzir os mesmo produtos em solos / climas não adequados para tal?

- Energia: Cuba já passou por uma crise de Peak Oil. Isto é algo que pode acontecer independentemente do regime político. Talvez fosse bom perceber o que lá aconteceu e qual foi a adaptação possível à ausência do petróleo. Nós somos um país de sol, e raros são os painéis solares que se vêm. Mas que raio, continuamos a pensar que os poços são inesgotáveis?

- Há muito para reflectir. E é urgente mexermo-nos. Parece que aqui no país anda tudo adormecido, "à espera da morte da bezerra".

Eu cá amo o meu país, e não vou desistir dele sem tentar mexer-me.

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